ANÁLISE DE VIBRAÇÕES

As normas de vibração ajudam muito como ponto de partida para definir alarmes, mas raramente contam toda a história. Na prática, os limites mais confiáveis saem do próprio histórico da máquina. Por isso, compare sempre a vibração com as condições de operação, a temperatura e as últimas manutenções feitas, e vá ajustando os limites de alarme de forma específica para cada equipamento.

Limites de Aceleração

Na aceleração é a taxa de variação da velocidade ao longo do tempo, sendo normalmente expressa em metros por segundo ao quadrado (m/s²) no Sistema Internacional (SI) e em “g” no sistema imperial, onde 1 g equivale aproximadamente a 9,81 m/s² — valor correspondente à aceleração da gravidade na superfície da Terra. Embora amplamente utilizada, a unidade “g” não é uma unidade fundamental de medida, mas sim uma referência gravitacional. Essa dualidade pode gerar complexidade na conversão entre os parâmetros de aceleração, velocidade e deslocamento, exigindo cuidado na análise e interpretação dos dados de vibração.

Aceleração / RPM

Esta tabela apresenta os limites de alarme para Aceleração Pico, Pico a Pico e RMS em função da rotação da máquina (RPM).

AV Aceleração pela RPM

ANSI/AGMA 6000-B96: Engrenagens (Aceleração)

Estas tabelas apresentam os limites de Aceleração Pico em função da frequência de engrenamento GMF (Gear Mesh Frequency), conforme estabelecido pela norma ANSI/AGMA 6000-B96. Os valores são organizados em duas classes: Classe A, aplicável quando PLV é menor ou igual a 25,4 m/s, e Classe B, utilizada para PLV acima de 25,4 m/s. 

AV ANSI AGMA 6000-B96_aceleração_06_dez_25

PLV, Pitch Line Velocity representa a velocidade tangencial na circunferência de passo dos dentes, sendo um parâmetro crítico na definição da severidade. Em casos de dúvida sobre a aplicação correta, recomenda-se adotar inicialmente os limites da Classe B como critério mais conservador para análise e diagnóstico.

Limites de Velocidade

A velocidade é definida como a taxa de variação da posição em relação ao tempo, sendo expressa em unidades de comprimento por tempo, como milímetros por segundo (mm/s) no Sistema Internacional (SI) ou polegadas por segundo (in/s) no sistema imperial. Em análise de vibrações, a velocidade representa a taxa de variação do deslocamento ao longo do tempo e é amplamente utilizada por seu bom desempenho como indicador da severidade de falhas mecânicas em uma ampla faixa de frequências.

ISO 10816-1: Diretrizes gerais

A tabela resume os limites de Velocidade RMS (mm/s) propostos pela ISO 10816-1, medido em partes não rotativas (mancais, carcaças, bases, etc.). Para utilizá-la, identifique primeiro a classe da máquina (I a IV) conforme potencia e fundação:
Classe I: máquinas pequenas, menores que 15 kW (20 cv);
Classe II: máquinas médias, entre 15 kW e 75 kW (101 cv), em fundações rígidas ou máquinas em fundações especiais até 300 kW (407 cv);
Classe III: máquinas grandes em fundações rígidas;
Classe IV: máquinas grandes em fundações flexíveis.
Em seguida, compare o valor medido na faixa de frequência com a coluna da classe correspondente e a ZONA (A – D).
Os limites valem para os valores globais de vibração entre 10 e 1.000 Hz, ou entre 2 e 1.000 Hz para máquinas abaixo de 600 rpm. Lembre-se que esses limites são “iniciais” e podem ser substituídos por partes específicas da Norma para certos tipos de máquinas.

AV ISO 10816-1_21_nov25
AV ISO 10816-1_detalhe_21_nov25

Zona A (verde): Ótimo (comissionamento)
Vibração típica de máquinas novas ou recém revisadas. Indica condição mecânica muito boa.

Zona B (amarelo): Aceitável (operação contínua)
Vibração adequada para operação contínua sem restrições.

Zona C (laranja): Insatisfatória para longo prazo
Vibração elevada para operação contínua. Em geral é seguro operar por tempo limitado, mas recomenda-se correção programada.

Zona D (vermelho): Crítica (risco de dano)
Vibração em nível considerado severo, com probabilidade de causar danos à máquina.

ISO 20816-1: Diretrizes gerais

A ISO 20816-1 é a versão atualizada da ISO 10816-1 para avaliação de vibração para partes não rotativas (mancais, carcaças, bases, etc.). Ela reorganiza a norma e esclarece definições — por exemplo, medições no eixo são tratadas em outras partes da ISO 20816, mas o critério de avaliação não mudou: as Zonas A, B, C e D mantêm o mesmo significado. Ao definir os limites entre as zonas, use esta regra prática: máquinas pequenas (ex.: motores ≤ 15 kW) tendem ao limite inferior das faixas, enquanto máquinas grandes com apoios mais flexíveis tendem ao limite superior.

AV ISO 20816-1_20nov25

ISO 20816-2: Turbinas & Geradores com potência superior a 40 MW (Velocidade)

A ISO 20816-2 define limites para avaliar a vibração em mancais e pedestais de Turbinas a Gás, a Vapor e Geradores em instalações terrestres, com potência a partir de 40 MW e velocidades típicas de 1500, 1800, 3000 ou 3600 r/min. Esta norma também se aplica quando esses equipamentos estão diretamente acoplados a turbinas em ciclo combinado.

Esta norma não inclui a vibração de origem eletromagnética em 2 vezes a frequência da rede elétrica 2FL (2 Line Frequency) que são excitações de origem nas bobinas do estator, no núcleo magnético ou na carcaça do gerador.

A|B + 25% é um limite adicional (1,25 x A|B) usado para máquinas novas.

AV ISO 20816-2_velociadade_18nov25

Os limites de alarme durante a partida, parada e overspeed variam conforme o tipo de máquina e seu modo de operação.
Em geral, o limite de alarme deve ser definido com base no histórico da própria máquina. Quando não houver histórico confiável, é aceitável adotar um valor em torno de 25% acima do limite B|C, porém sem ultrapassar 1,0 × o limite C|D.

ISO 20816-3: Máquinas industriais acima de 15 kW (Velocidade)

A ISO 20826-3 define requisitos gerais para avaliar a vibração de máquinas industriais acopladas, com potência acima de 15 kW (20 cv) e rotação entre 120 e 30.000 rpm, em medições realizadas com a máquina instalada e em operação normal. 

A norma se aplica a diversos tipos de máquinas, incluindo turbinas a vapor e geradores, compressores rotativos, turbinas a gás de até 3 MW, turbo ventiladores, motores elétricos, rolos e moinhos, transportadores, sopradores e ventiladores mais robustos ou com potência acima de 300 kW (407 cv). Máquinas de grandes potências específicas, geradores hidrelétricos, turbinas a gás acima de 3 MW, determinados ventiladores e caixas de engrenagens possuem tratamento complementar ou específico em outras partes da série ISO 20816 e normas correlatas.

Os limites valem para os valores globais de vibração entre 10 e 1.000 Hz, ou entre e 1.000 Hz para máquinas abaixo de 600 rpm. Lembre-se que esses limites são “iniciais” e podem ser substituídos por partes específicas da Norma para certos tipos de máquinas. 

A|B + 25% é um limite adicional (1,25 x A|B) usado para máquinas novas. H= altura de eixo

AV ISO 20816-3_velocidade_21nov25

Os limites de alarme durante a partida, parada e overspeed variam conforme o tipo de máquina e seu modo de operação.
Em geral, o limite de alarme deve ser definido com base no histórico da própria máquina. Quando não houver histórico confiável, é aceitável adotar um valor em torno de 25% acima do limite B|C, porém sem ultrapassar 1,0 × o limite C|D.

ISO 20816-4: Turbinas a gás acima de 3 MW (Velocidade)

A ISO 20816-4, que trata de turbinas a gás de potência acima de 3 MW, adota os mesmos limites de Velocidade global definidos na ISO 20816-2 para a parte de turbina a gás, ou seja, os valores de referência para avaliação da severidade de vibração (Zonas A, B, C e D em termos de mm/s) são equivalentes entre as duas normas para esse tipo de máquina. Na prática, isso significa que, ao avaliar a vibração em velocidade de uma turbina a gás conforme a ISO 20816-4, os critérios de aceitação e severidade são alinhados aos já estabelecidos na ISO 20816-2.

AV ISO 20816-4_velociadade_18nov25a

ANSI/AGMA 6000-B96: Engrenagens (Velocidade)

Estas tabelas apresentam os limites de Velocidade Pico e RMS em função da frequência de engrenamento GMF (Gear Mesh Frequency), conforme estabelecido pela norma ANSI/AGMA 6000-B96. Os valores são organizados em duas classes: Classe A, aplicável quando PLV é menor ou igual a 25,4 m/s, e Classe B, utilizada para PLV acima de 25,4 m/s. Os valores em RMS foram incluídos para facilitar a comunicação com fabricantes que mantem as medições em RMS.

AV ANSI AGMA 6000-B96_velocidade_06_dez_25

PLV, Pitch Line Velocity representa a velocidade tangencial na circunferência de passo dos dentes, sendo um parâmetro crítico na definição da severidade. Em casos de dúvida sobre a aplicação correta, recomenda-se adotar inicialmente os limites da Classe B como critério mais conservador para análise e diagnóstico.

Limites de Deslocamento

O deslocamento representa a distância oscilatória que um ponto de um corpo ou estrutura percorre em torno de sua posição de equilíbrio. Essa grandeza é geralmente expressa em micrômetros (µm) no Sistema Internacional (SI) e em milésimos de polegada (mils) no sistema imperial. Por convenção amplamente adotada, as medições de deslocamento são apresentadas em valores Pico a Pico (peak-to-peak), correspondendo à amplitude total entre os extremos da oscilação.

ISO 20816-2: Turbinas & Geradores com potência superior a 40 MW (Deslocamento)

A ISO 20816-2 define limites para avaliar a vibração relativa e absoluta do eixo de Turbinas a Gás, a Vapor e Geradores em instalações terrestres, com potência a partir de 40 MW e velocidades típicas de 1500, 1800, 3000 ou 3600 r/min. Esta norma também se aplica quando esses equipamentos estão diretamente acoplados a turbinas em ciclo combinado.

Esta norma não inclui a vibração de origem eletromagnética em 2 vezes a frequência da rede elétrica 2FL (2 Line Frequency) que são excitações de origem nas bobinas do estator, no núcleo magnético ou na carcaça do gerador.

A|B + 25% é um limite adicional (1,25 x A|B) usado para máquinas novas.

AV ISO 20816-2_deslocamento absoluta_21nov25
AV ISO 20816-2_deslocamento relativo_21nov25

Os limites de alarme durante a partida, parada e overspeed variam conforme o tipo de máquina e seu modo de operação.
Em geral, o limite de alarme deve ser definido com base no histórico da própria máquina. Quando não houver histórico confiável, é aceitável adotar um valor em torno de 25% acima do limite B|C, porém sem ultrapassar 1,0 × o limite C|D para Vibração Absoluta e 1,5 × o limite C|D para Vibração Relativa.

ISO 20816-3: Máquinas industriais acima de 15 kW (Deslocamento)

A ISO 20826-3 define requisitos gerais para avaliar a vibração de máquinas industriais acopladas, com potência acima de 15 kW (20 cv) e rotação entre 120 e 30.000 rpm, em medições realizadas com a máquina instalada e em operação normal. 

A norma se aplica a diversos tipos de máquinas, incluindo turbinas a vapor e geradores, compressores rotativos, turbinas a gás de até 3 MW, turbo ventiladores, motores elétricos, rolos e moinhos, transportadores, sopradores e ventiladores mais robustos ou com potência acima de 300 kW (407 cv). Máquinas de grandes potências específicas, geradores hidrelétricos, turbinas a gás acima de 3 MW, determinados ventiladores e caixas de engrenagens possuem tratamento complementar ou específico em outras partes da série ISO 20816 e normas correlatas.

Os limites valem para os valores globais de vibração entre 10 e 1.000 Hz, ou entre e 1.000 Hz para máquinas abaixo de 600 rpm. Lembre-se que esses limites são “iniciais” e podem ser substituídos por partes específicas da Norma para certos tipos de máquinas. 

A|B + 25% é um limite adicional (1,25 x A|B) usado para máquinas novas. H= altura de eixo

AV ISO 20816-3_Limites de vibração para partes rotativas_21nov25

Os limites de alarme durante a partida, parada e overspeed variam conforme o tipo de máquina e seu modo de operação.
Em geral, o limite de alarme deve ser definido com base no histórico da própria máquina. Quando não houver histórico confiável, é aceitável adotar um valor em torno de 25% acima do limite B|C, porém sem ultrapassar 1,0 × o limite C|D para Vibração Absoluta e 1,5 × o limite C|D para Vibração Relativa.

AV ISO 20816-3_Limites de vibração para partes rotativas_rpm_22nov25

A ISO 20816-3 para Vibração relativa do eixo, define que os limites de vibração de eixo para as Zonas A, B, C e D são definidos com base em experiência e diminuem conforme a rotação aumenta, pois a vibração admissível é inversamente proporcional à raiz quadrada da velocidade.
O objetivo é garantir que a vibração não gere cargas dinâmicas excessivas nos mancais, não gere aumento da folga radial a ponto de causar contato do eixo com o mancal e não transmita vibrações exageradas à estrutura.

Para máquinas muito lentas (< 600 rpm) ou muito rápidas (> 10.000 rpm), os valores calculados a partir dos critérios gerais da norma podem ultrapassar a folga do mancal e precisam ser ajustados. Esses limites são diretrizes, não especificações contratuais, devendo ser acordados entre fabricante e usuário e adaptados às características do mancal e da máquina.

A regra principal é que o deslocamento relativo do eixo medido pelo sensor de proximidade tem que caber dentro do filme de óleo, sem deixar o eixo tocar no mancal. Se a amplitude de vibração for da ordem da folga, o risco de toque é grande.

Dessa forma, se o valor do limite da zona C/D for maior do que a folga diametral do mancal, a norma recomenda reduzir os limites das zonas, por exemplo:

A/B = 0,4 × folga do mancal
B/C = 0,6 × folga do mancal
C/D = 0,7 × folga do mancal

Os fatores 0,4, 0,6 e 0,7 foram escolhidos para ilustrar o princípio. Fatores diferentes, que devem ser acordados entre o fornecedor e o comprador, podem se aplicar a diferentes tipos de mancais e configurações construtivas.

ISO 20816-4: Turbinas a gás com potência superior a 3 MW (Deslocamento)

A ISO 20816-4, ao tratar dos limites de deslocamento relativo de eixo em função da rotação máxima, utiliza os mesmos critérios básicos da ISO 20816-3 para máquinas industriais acopladas, isto é, os limites de deslocamento são definidos como função inversamente proporcional à raiz quadrada da velocidade máxima do eixo. Na prática, isso significa que, para a parte de deslocamento de eixo, a lógica de definição das Zonas de avaliação (A, B, C e D) em função da rotação é equivalente entre a ISO 20816-4 e a ISO 20816-3.

ANSI/AGMA 6000-B96: Engrenagens (Deslocamento)

Estas tabelas apresentam os limites de Deslocamento Pico a Pico em função de 1X (frequência de rotação do eixo), conforme estabelecido pela norma ANSI/AGMA 6000-B96. Os valores são organizados em duas classes: Classe A, aplicável quando PLV é menor ou igual a 25,4 m/s, e Classe B, utilizada para PLV acima de 25,4 m/s. Os valores em RMS foram incluídos para facilitar a comunicação com fabricantes que mantem as medições em RMS.

AV ANSI AGMA 6000-B96_deslocamento_06_dez_25

PLV, Pitch Line Velocity representa a velocidade tangencial na circunferência de passo dos dentes, sendo um parâmetro crítico na definição da severidade. Em casos de dúvida sobre a aplicação correta, recomenda-se adotar inicialmente os limites da Classe B como critério mais conservador para análise e diagnóstico.

Limites de Envelope

Envelope de aceleração

O envelope é uma técnica de processamento de sinais aplicada à forma de onda da vibração, utilizada principalmente para detectar falhas em rolamentos. Através dessa técnica, extraem-se os pulsos de alta frequência gerados por impactos periódicos, que muitas vezes estão ocultos no sinal bruto devido à presença de ruído ou vibração estrutural de baixa frequência. O espectro de Envelope costuma ser apresentado em unidades de aceleração (g ou m/s²).

Esta tabela define os limites iniciais de alarme para Envelope gE PICO a PICO, com base na RPM e medida d (diâmetro do furo do rolamento em milímetros).

Os valores foram desenvolvidos com base de em um modelo matemático empírico da SKF, que considera os principais fatores que afetam a resposta de aceleração em Envelope. Esses limites indicam o início de falhas potenciais em rolamentos.

Limites para Envelope

d: Para rolamentos com furo entre 20 e 480 mm, o diâmetro do furo é dado pelos dois últimos dígitos da designação básica (código) x 5 (constante ISO).
Exemplo: Rolamento 6320

d = 20 × 5 → d = 100 mm

AV Limites para Envelope_medio

Limites de vibração e dados de motores

Nesta seção você encontra dados de ranhuras e rolamentos, além dos limites de Velocidade RMS e dos limites de Envelope PICO a PICO para motores WEG.

Ranhuras e Limites de velocidade

Essa tabela traz números de ranhuras de rotores/estatores e limites de velocidade RMS, baseados na ISO 20816-1 e diretrizes do fabricante, estes valores fazem sentido para testes de bancada.

Ranhuras e Limites de Velocidade RMS para motores WEG

Rolamentos e Limites de Envelope

As próximas tabelas trazem designações de rolamentos (baseadas em manuais WEG) e limites de Envelope gE PICO a PICO (baseado em diretrizes SKF).

MOTORES_Rolamentos e Limites de Envelope gE para motores WEG ate 150cv
MOTORES_Rolamentos e Limites de Envelope gE para motores WEG maiores que 150cv